terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Tempo de renovar ... ou não



Todas as segundas-feiras, ele passa bem cedinho. De moto, pega um exemplar da revista – protegida por um saco plástico – e a joga sobre as grades do prédio, em direção à porta de entrada. Dia desses, fui surpreendido por um cartão, do tipo comercial, assinado pelo tal entregador.

Dizia o seguinte:

“Prezado(a) assinante,

foi muito bom tê-lo(a) como amigo(a) durante todos os meses deste ano. E para renovar os nossos laços de amizade, desejo a você e sua família um feliz natal e um ano novo de muitas realizações.

João - O entregador de sua(s) revista(s) e jornais.”

Embora tenha visto o rapaz apenas uma ou duas vezes – assim mesmo de relance –, achei a atitude simpática. Por isso, resolvi ligar para o telefone que aparecia no cartão. Uma mulher atendeu. Perguntei pelo João. Ela disse que não estava, e se eu queria deixar recado. Perguntei a que horas poderia encontrá-lo. Tarde da noite, disse ela.

Bom, faça o favor então. Diga que o Fernando, do prédio marrom da Cícero Idelfonso, também está desejando a ele e toda a sua família um feliz natal e um ótimo ano novo. Mas que não é pra ele ficar triste não. Apesar de eu ter cancelado a assinatura da revista pro ano que vem, a amizade continua firme e forte. É só aparecer de vez em quando, pra gente tomar aquela cervejinha gelada e colocar o papo em dia.

Tchau.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Favor não insistir


Ao passar por um prédio em construção, num bairro vizinho ao meu, deparei com uma placa, com os seguintes dizeres: “Não há vagas. Favor não insistir”.

Até parece com uma daquelas que a gente encontra em boteco: “Não vendo fiado. Favor não insistir”.

E o pior é que, mesmo assim, ainda tem gente que insiste.

Inclusive o próprio blogueiro, que merecia uma semelhante: “Sem ideias hoje. Favor não insistir”.

A ilustração acima foi retirada da internet. Quer saber onde encontrá-la? É só clicar nela.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Bobeou, dançou



Sexta-feira à noite. O telefone toca. Na linha, minha prima de 14 anos. Diz que está ligando pra  me fazer um convite. “Topa dançar valsa comigo na minha festa de 15 anos?”, disparou, em fala rápida. Na hora não entendi direito. Pedi pra que repetisse. “Topa dançar valsa comigo na minha festa de 15 anos?”, perguntou novamente, dessa vez mais devagar. Aceitei prontamente. Mas fiz uma ressalva: “Não sei dançar não. Você vai ter que me ensinar”. Ela disse que tudo bem, e desligou.

Minutos depois, pensei comigo: E agora? Ninguém nunca havia me feito um convite daqueles antes. Além do mais, a festa já era no dia seguinte. A primeira coisa que me veio à cabeça foi pesquisar algo sobre o assunto na internet. Fui a um desses sites de busca e digitei: como dançar valsa. Cliquei logo na primeira opção. Na vídeo-aula, um casal ensinava como fazer os movimentos básicos: avança-se com a perna direita, recua-se com a esquerda. Memorizei isso. Nada mais.

Confesso que no dia estava um pouco ansioso. Pra não errar, fiquei pensando: avança-se com direita, recua-se com a esquerda. Mas na hora relaxei. Vi que não era o único naquela situação. Outros quinze – um pra cada ano de vida da garota – também dançariam. Chegada a minha vez – fui o segundo da fila –, caminhei até centro do salão, cumprimentei primeiro o moleque, depois a minha prima, e comecei, meio durão. Passo pra cá, passo pra lá; passo pra cá, passo pra lá.

No meio da dança, ela comenta, ao pé do ouvido:

- Ai, tô morrendo de vergonha.
- Ah, pois é, eu também. Você disse que ia me ensinar a dançar e nada, né?

- Ah, preocupa não. É só fazer o básico.
- Como assim, o básico.

- Você avança com a perna direita e recua com a esquerda -, disse a moça, de forma bem didática.

Posando e sorrindo para os fotógrafos contratados, pensei comigo: Acho que já vi esse filme antes.

A ilustração acima foi retirada do site do artista Marcio Melo. Para acessar o link da imagem, é só clicar nela.  


sábado, 5 de dezembro de 2009

Perdas e danos


 

Um dia desses encontrei um conhecido, que disse estar entristecido com a morte da atriz Leila Lopes, a “professorinha” Lu, da novela global Renascer.

Fez tanto sucesso no papel que, anos mais tarde, resolveu explorar ainda mais seus dotes ”artísticos”, dessa vez em filmes de conteúdo “educativo”.

Horas depois, conversando com um amigo em comum, entendi o porquê de tal situação: dizem por aí que o rapaz é um fã de mão cheia da moça.

Sendo assim, não é pra menos, né?

A foto acima foi retirada da internet. Link disponível na própria imagem. É só clicar nela.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

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O resgate




Não há como negar: a situação é desagradável. Ao mesmo tempo, engraçada. Comigo já aconteceu duas vezes. Agora foi a vez da estagiária.

Durante cerca de meia hora, ela ficou presa no banheiro. E só saiu de lá graças à ajuda do pessoal do setor de infraestrutura, que arrombou – num só pontapé – a porta. Isso mesmo. Deram um bicudo e abriram a dita cuja na marra.

Na hora, subiu uma poeirão seco, que ofuscou a visão de quem estava ali por perto. Além do mais, pedaços de azulejo desprenderam da parede e por pouco não atingiram a cabeça da garota.

Sob aplausos e gozações, adentrou a sala de trabalho. Meio sem jeito, exibiu o resultado da “brincadeira”:

O rosto tímido, vermelho e cheio de vergonha.

A foto acima foi retirada daqui

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Pra comer com os olhos, e a boca




O lugar é simples. A cara, de boteco. Mas quem passa pela rua, não imagina as delícias gastronômicas que o restaurante reserva aos seus frequentadores para a hora do almoço.

Pernil ao molho de maracujá – um dos meus prediletos –, bobó de frango, pene ao molho de laranja e lagarto recheado são alguns dos pratos feitos (PFs) do “menu”. Sem falar na feijoada e no bacalhau, servidos todas as sextas-feiras. E pra quem não dispensa um docinho, a sobremesa é por conta da casa.

Tudo preparado com muito cuidado pela Regina, a proprietária do estabelecimento, localizado ali no Dom Cabral, ao lado da PUC. Ela põe a mão na massa – literalmente – e faz questão de montar todos os pratos. Aliás, é pelo nome dela que o restaurante é conhecido, apesar de oficialmente se chamar Canela de Ema – um quadro pendurado na parede em frente à cozinha diz que a planta é encontrada nas regiões secas do Brasil, montanhas de Minas e nos litorais fluminense e capixaba.

Ao sentar em uma das mesas de ferro, a impressão que se tem é de estar em uma cidade do interior, em que se respira ares de tranqulidade e as pessoas são tratadas como velhos conhecidos – que o diga as “garçonetes” Lily, Lilian e Fernanda. Embora o tempo não pare, ali ele parece passar mais devagar.

Pagamento no cartão de crédito, débito, material de divulgação, planos de expansão, lucros cada vez maiores. Nada disso. A valorização do ser humano, aliada à boa mesa, é o bem mais precioso deste singelo restaurante, que a cada dia conquista novos frequentadores. Deu água na boca? Dá uma passadinha por lá, bom apetite e até a volta.

O endereço é avenida Trinta e um de Março, 570. Indicação no mapa abaixo.

Crédito da foto: Fernando Ávila.


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