Todas as segundas-feiras, ele passa bem cedinho. De moto, pega um exemplar da revista – protegida por um saco plástico – e a joga sobre as grades do prédio, em direção à porta de entrada. Dia desses, fui surpreendido por um cartão, do tipo comercial, assinado pelo tal entregador.
Dizia o seguinte:
“Prezado(a) assinante,
foi muito bom tê-lo(a) como amigo(a) durante todos os meses deste ano. E para renovar os nossos laços de amizade, desejo a você e sua família um feliz natal e um ano novo de muitas realizações.
João - O entregador de sua(s) revista(s) e jornais.”
Embora tenha visto o rapaz apenas uma ou duas vezes – assim mesmo de relance –, achei a atitude simpática. Por isso, resolvi ligar para o telefone que aparecia no cartão. Uma mulher atendeu. Perguntei pelo João. Ela disse que não estava, e se eu queria deixar recado. Perguntei a que horas poderia encontrá-lo. Tarde da noite, disse ela.
Bom, faça o favor então. Diga que o Fernando, do prédio marrom da Cícero Idelfonso, também está desejando a ele e toda a sua família um feliz natal e um ótimo ano novo. Mas que não é pra ele ficar triste não. Apesar de eu ter cancelado a assinatura da revista pro ano que vem, a amizade continua firme e forte. É só aparecer de vez em quando, pra gente tomar aquela cervejinha gelada e colocar o papo em dia.
Tchau.
2 comentários:
Oi, Fernando!
Cada pílula sua tem o efeito de se multiplicar em várias outras, dentro do pensamento.
São delicadas pílulas mas que dão pano pra manga... e vontade de prosear!
Um abraço,
Rosalice
Ei, Rosalice. Seja bem-vinda! Que bom que está acompanhando minhas singelas pílulas cotidianas ... Legal saber dos desdobramentos que os textos causam nos pensamentos das pessoas ... e que eles não morrem aqui, mas renascem e se reinventam no interior de cada um de nós ... Obrigado pelas palavras !!! Abraços.
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